23.7.09

Sobrenome é destino

Este é um post que estou devendo desde o dia 10 de feveiro, quando terminei desta forma uma nota publicada neste blog:


Vale lembrar que o nome do protagonista de "Cidade Phantástica" não é João Octavio Ribeiro à toa. Foi minha homenagem pessoal a um dos precursores do steampunk e da ficção alternativa no Brasil [eu falava de Octavio Aragão, autor do romance A mão que cria]. Quanto ao Ribeiro, no nome do personagem, também é outra citação. Mas isso fica para um próximo post.


Bem, já que eu citei e publiquei textos do homenageado recentemente, vamos cumprir a promessa, com certo atraso. O Ribeiro do nome do personagem principal da noveleta, único que não é uma apropriação vinda de alguma obra em domínio público, vem diretamente de Gerson Lodi-Ribeiro. Publiquei ontem uma resenha sobre a novela O que o olho vê, no Overmundo, em que comentei um pouco sobre este engenheiro carioca, o gênero de FC conhecido como história alternativa e o livro cuja capa pode ser vista aqui ao lado. Segue o trecho sendo que a íntegra pode ser lida - e votada - aqui:

O Brasil não é apenas consumidor, mas também produz história alternativa. O maior incentivador e um dos pioneiros no gênero em nosso país é o carioca Gerson Lodi-Ribeiro. Apesar de o veterano J. J. Veiga ter escrito antes uma história em que Antonio Conselheiro sobrevivera ao cerco de Canudos, é uma noveleta de Lodi-Ribeiro a mais citada como precursora das HAs em nosso país. “A ética da traição”, publicada na Isaac Asimov Magazine brasileira, falava de um Brasil que havia perdido a Guerra do Paraguai, mas, em compensação, se tornara um país mais desenvolvido. Este texto e outros de uma segunda linha de especulação do autor, na qual os holandeses não foram expulsos, mas se aliaram aos quilombolas e se mantiveram em Recife, foram compilados em forma de livro: Outros Brasis, da Mercuryo, em 2006. Antes disso, quando se comemoravam os 500 anos da descoberta do Brasil, ele já havia organizado uma coletânea inteira do gênero, chamada Phantastica Brasiliana, pela editora Ano-Luz, da qual participou Carlos Orsi, como coeditor e um dos autores.


Uma vez que, basicamente, "Cidade Phantástica" é uma história alternativa em que a Guerra do Paraguai nunca existiu, achei seria muito justo citar de alguma forma o autor brasileiro que mais contribui para a consolidação desta vertente da ficção científica no Brasil. Dai nasceu nosso conhecido João Octavio Ribeiro.

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