13.10.09

Engrenagens aparentes

Este é o centésimo post do blog. Para comemorar o feito, resolvi republicar - com algumas atualizações - este artigo escrito originalmente para o portal de cultura Overmundo.



Uma espécie de nova Revolução Industrial chega ao Brasil e atrai interesse internacional. Chamada ao gosto do freguês de modismo, tendência, hype, cultura, manifesto, tribo urbana, estilo entre outras classificações a verdade é que o steampunk conquista adeptos, ganha forças na Internet, em eventos públicos e até na literatura e nos quadrinhos, como uma vertente da ficção científica. Pelo nome e pelo parentesco com a FC mesmo quem nunca ouviu falar – ou que não tenha ligado o termo à realidade prática – deve imaginar que exista semelhança estética ou filosófica com o cyberpunk, tão popular que praticamente é sinônimo do gênero como um todo para muita gente que consumiu livros, filmes, HQs e jogos de RPG nos últimos vinte anos. De fato, a semelhança é real, se o foco de uma é especular sobre a cibernética em um futuro próximo, a da outra é imaginar tecnologias possíveis, geralmente movidas a vapor (steam, em inglês), com direito a molas, engrenagens e alavancas, no século retrasado, uma espécie de retrofuturismo. Mas vamos por partes.

Para começar, um bom ponto para conhecer este mundo é o site do Conselho Steampunk, endereço que tem o objetivo manifesto de divulgar, explicar, inspirar, homenagear e produzir cultura dentro deste gênero na forma que for: nas artes, nas vestimentas, em joias, na tecnologia. “Para tanto os idealizadores lançaram mão de conceitos sofisticados que garantissem a possibilidade de qualquer um, em qualquer lugar, independente do poder aquisitivo, idade ou qualquer outro entrave costumeiro, se visse impossibilitado de fruir a cultura Steampunk do seu jeito e sem a necessidade de aderir a qualquer organização burocrática ou centralizadora”, garante o texto de apresentação do projeto criado pelo empresário Bruno Accioly. O conceito que tem apenas dois anos já se difundiu por quatro estados que também criaram suas representações regionais – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais – denominadas no jargão do Conselho de Lojas, em uma citação explícita a certa Sociedade Secreta, algo que chamou a atenção de um visitante ilustre.

“Lojas. Como lojas maçônicas? Rapaz, isto é terrivelmente século XIX.” Quem fez o comentário foi um escritor fundamental para se entender tanto o punk cibernético quanto o a vapor: Bruce Sterling, autor do romance Piratas de dados e organizador da coletânea Mirrorshades, o homem que ao lado de Willian Gibson – de Neuromancer – criou os paradigmas do cyberpunk em meados dos anos 80. O comentário saiu no dia 20 de julho, no blog que o autor americano mantém no site da Wired, a revista mais respeitada em termos de cultura tecnológica. Foi, na verdade, o segundo post em que ele falou sobre a iniciativa brasileira. Dois dias antes ele havia descoberto a página do Conselho Steampunk e brincara com a ideia, batizando o conceito de “bossa steampunk”. Na outra oportunidade, Sterling divulgou uma mensagem enviada por Bruno Accioly, dando conta das atividades do grupo no Brasil, que não se restringem a discussões virtuais, pois a Loja São Paulo, por exemplo, já organizou dois encontros em que os participantes, vestidos como nossos antepassados do século retrasado, passearam em trens a vapor naquele estado. Esta postagem, o blogueiro encerrou com a frase: “O mundo é um lugar vasto e maravilhoso, damas e cavalheiros.”

Não é um apoio qualquer que as damas e os cavalheiros do Conselho Steampunk atraíram. Como já disse, Bruce Sterling é um dos criadores da parte literária do movimento cyberpunk, mas ele e seu parceiro Willian Gibson também têm muito a ver com o steampunk como subgênero da FC. Ambos, a quatro mãos, escreveram em 1990 a obra mais representativa do início desta nova vertente. É bem verdade que já existiam livros anteriores apontando para algumas das características que seriam aprofundadas mais tarde, escritos por autores como Tim Powers e K. W. Jeter – que, aliás, foi quem cunhou o termo, três anos antes, em uma troca de cartas – mas é praticamente um consenso por parte da crítica que The Difference Engine foi o marco inicial do estilo steamer. No romance, a hipótese de partida é que o cientista e matemático inglês Charles Babbage (1791-1871) teria construído uma máquina (que chegou mesmo a projetar): o primeiro computador do mundo, baseado apenas em peças mecânicas. A invenção dá um impulso muito maior ao Império Britânico, que vivia o auge do período Vitoriano, ou seja, o tempo em que a Rainha Vitória esteve no poder, de 1837 a 1901.

Muitas das convenções do gênero estavam ali, reunidas. O período histórico definido, a tecnologia capaz de mudar tudo o que conhecemos, e até mesmo a utilização de figuras reais e apropriações de criações literárias estão presentes naquele livro. Este último item é uma tentação e tanto a todos os que se aventuram a seguir os passos de Sterling e Gibson, pois as obras escritas naqueles tempos, como os romances e os personagens mais famosos dos pais da Ficção Científica, Jules Verne, H. G. Wells, por exemplo, estão em domínio público, disponíveis para quem desejar reinterpretá-los. O uso mais radical desta característica steampunk foi feito não na literatura, mas nos quadrinhos, com a série de álbuns de A Liga Extraordinária (iniciada em 1999), do inglês Alan Moore, uma combinação de praticamente tudo o que o século XIX tem a oferecer em termos de ficção fantástica ou aventureira. Boa parte do fascínio que o gênero evoca atualmente tem como origem tais HQs escritas por Moore e ilustradas por Kevin O’Neill, que podem ter dado origem a um filme desastroso, mas continuam sendo fonte inesgotável de ideias a cada novo lançamento no papel.

Porém, quando eu escrevi que o assunto tomou a Internet não me referia apenas ao diálogo entre o Conselho Steampunk e o blog de Bruce Sterling. O tema também ganhou outros espaços na rede recentemente. Um bom exemplo é o post que a escritora e historiadora Ana Cristina Rodrigues publicou em um de seus blogs no dia 16 de julho. “Ficção a vapor” é o que chamei de verdadeira aula sobre steampunk. Com muito mais propriedade que eu neste espaço e com uma riqueza de detalhes bem maior, ela analisou todo o contexto sobre o qual acabo de escrever e teceu algumas considerações sobre o cenário nacional nesta área. Cito trechos:

Agora, é de se admirar que um país que nos deu o Barão de Mauá, Augusto Zaluar, D. Pedro II, Santos Dummont… não tenha produzido obras a vapor suficientemente interessantes. Poxa, nosso imperador provavelmente foi o governante mais steampunk de sua época. Seu interesse por gadgets, ciências e novidades era/é notório.

Até esse ano, aconteceram algumas tateadas. Gerson Lodi-Ribeiro, Carlos Orsi Martinho e Octavio Aragão tangenciaram o gênero – os dois primeiros em contos, o último em seu romance, A mão que cria. Mas talvez a primeira obra consciente e declaradamente steampunk do Brasil sejam os quadrinhos de Expresso! de Alexandre Lancaster. O piloto da série foi publicado em um projeto online de curta duração, mas a saga continua, já que novas HQ’s estão previstas e um conto sobre o protagonista vai entrar na primeira coletânea nacional do gênero.


Outro escritor e crítico de Ficção Científica também tratou desta pauta foi Antonio Luiz M. C. Costa. Ele publicou um longo artigo na coluna que mantém no site da revista em que trabalha a CartaCapital. Datada do dia 11 de agosto, “Steampunk, saudade ou rebeldia?” é outra contribuição para o debate, que igualmente detalhou o histórico do gênero e ponderou sobre a situação em nosso país. Citando novamente:

É sempre bom fugir um pouco do famoso slogan de Margaret Thatcher e Francis Fukuyama, o TINA, There Is No Alternative – “Não há alternativa (ao status quo neoliberal dos anos 80 e 90)” e considerar como as coisas poderiam ser diferentes. O curioso é que, neste caso, trata-se geralmente de uma alternativa, em muitos aspectos, bem semelhante à realidade atual, com o Império Britânico e os financistas da City no papel dos EUA e de Wall Street.

Pode reforçar a ideia de que as roupas e maneiras podem mudar, mas a essência da sociedade foi e sempre será a mesma. Como também pode funcionar como alegoria ou caricatura de problemas atuais e mostrar o que têm de histórico e contingente, como dependem de desenvolvimentos específicos e podem vir a ser superados. É um campo no qual concepções opostas podem se expressar em um ambiente fantástico e de sabor nostálgico, mas ainda assim com uma relação bem clara com a realidade social, política e ambiental do século XXI.

O pleno desenvolvimento dessas possibilidades no Brasil depende, porém, de que o Steampunk não seja apenas consumido como moda ou como decoração de animês e aventuras hollywoodianas. Para ser criativo, precisa ser produzido e discutido como um subgênero literário e associado ao ponto de vista brasileiro ou à história (real e imaginada) de nosso país. Por enquanto, conta-se apenas com a recém-lançada antologia de contos Steampunk, da Tarja (R$ 39, 184 páginas), que inclui uma colaboração do autor desta coluna. Uma segunda antologia, a ser intitulada Vaporpunk, está sendo organizada pelo escritor Gerson Lodi-Ribeiro e é esperada para breve. Teremos então uma boa ideia de como se imagina, em terras tropicais, essa história paralela.


Os dois fizeram referência ao mesmo livro ao final de seus textos, uma coletânea chamada Steampunk – Histórias de um passado extraordinário. O livro foi lançado em São Paulo no último final de semana de julho e também participo dele com um dos nove textos. Curiosamente, apesar de não ter sido um pedido expresso da editora, a maioria dos contos longos publicados no livro tratam, sim, de aspectos históricos do Brasil e usam personagens locais entre os principais destaques de suas tramas, alguns deles citados por Ana Cristina. Neste blog, em um mesmo post podemos ler duas resenhas da obra que também ganhou destaque em um respeitado blog português dedicado ao autor Jules Verne, e ainda no endereço de um dos maiores resenhistas de literatura fantástica, Larry Nolen, entre outros endereços da rede que repercutiram o lançamento. Alguns desses endereços foram reunidos por mim em um blog que criei para me ajudar a planejar a noveleta escrita para a coletânea.

E de fato ainda há mais por vir. Uma coletânea binacional, com escritores brasileiros e portugueses, está sendo organizada neste momento, com uma visão bem menos purista do gênero mas que pretende ser ainda mais focada na história destes dois países. Um romance também pode ser lançado em breve, chamado de Baronato de Shoah, de autoria de José Roberto Vieira. Fora do terreno da literatura, os quadrinhos também devem apresentar novidades com influência steampunk. Outro romance está em andamento, escrito por Pablo Frazão, e publicado aos poucos em seu site, O Chapeleiro Louco. O trabalho de Alexandre Lancaster com Expresso!, sua série inspirada nos mangás, pode ser acompanhado na página que o autor mantém no site DeviantART. Também inspirados nos quadrinhos japoneses, Douglas MCT e Ulisses Perez lançarão pela editora NewPop uma série com o nome Hansel&Gretel. O escritor Tibor Moricz já anunciou seu terceiro livro, chamado O Peregrino, que contém muitos elementos do gênero. Por último, mas não menos importante, no site dedicado a webcomics da DC, o Zuda Comics, é um brasileiro, Igor Noronha, quem desenha a HQ Sidewise que mostra as aventuras de um adolescente deslocado no tempo para um período vitoriano alternativo. Certamente, essas e outras manifestações do steampunk serão tema de um evento que vai ocorrer no fim de novembro em São Paulo, a Fantástica Jornada Noite Adentro, que será dedicada ao gênero e que deve ser o maior ponto de encontro dos aficionados brasileiros.

Como se vê, a agitação em torno da cultura steampunk no Brasil é grande, a ponto de chamar a atenção em outros países e dar ao leitor várias opções para participar ou ao menos experimentar esta nova versão da Revolução Industrial. O carvão queima e as engrenagens se movimentam. Boa viagem.

8.10.09

Sociedade X

A dica de que o material saiu no Brasil veio de um dos escritores presentes na coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário, o quadrinófilo Flávio Medeiros Jr. Em X-Men Extra 93, a Panini acaba de lançar por aqui um flash do que seria uma versão steamer dos famosos e populares anti-heróis mutantes da editora Marvel. Originalmente publicada em dezembro do ano passado, no primeiro número da minissérie Astonishing X-Men: Ghost Boxes, a HQ mostra quatro personagens numa ambientação típica do gênero: vemos abaixo, na arte de Adi Granov, da esquerda para a direita, Fera, Rainha Branca, Ciclope e o onipresente Wolverine.



O roteiro ficou por conta de um autor que é recalcitrante no steampunk: Warren Ellis. Em sua inconclusa série Planetary, o quadrinista já havia feito uma versão alternativa para o mesmo livro que é uma das inspirações de "Cidade Phantástica" o Da Terra à Lua, de Jules Verne, história publicada no Brasil pela finada revista Pixel Magazine. Uma outra emersão do britânico se deu em uma segunda série, esta veiculada pela internet, chamada FreakAngels.

Com os X-Men, Ellis foi bem econômico, infelizmente. Em apenas oito páginas, o escritor nos apresentou a Sociedade X, o grupo de aventureiros comandado pela nobre Emma Frost, sediado na Baía New Portsmouth, Estado de Nova Albion, que às vezes presta ajuda ao inspetor Slipper da Western Yard. Tudo isso de um universo alternativo, uma terra com cultura pré-digital, chamada de 889 (o mundo oficial, dos heróis que conhecemos, não custa lembrar, é o da Terra 616, conforme foi batizada em uma antiga história do Capitão Bretanha por outro escritor britânico, ninguém menos que Alan Moore). Com texto e desenhos ótimos, o defeito - ou trunfo - desta aventura é o tamanho. Como bem disse Flávio Medeiros: "Olha, até deu vontade de ver esse universo melhor explorado... "

4.10.09

Atlas alternativo



Você já ouviu falar do Seleuquistão? Ou do Grão-Sultanato de Saladina? Quem sabe do Domínion da Coréia Alemã? Nem mesmo da Província de São Mateus da Nova China?

Todos esses países e outras 27 [atualizando, 28, agora] criações de um total de 15 participantes é o resultado até o momento de um tópico da comunidade Ucronia e História Alternativa do Orkut. "Explique nomes de países ucrônicos" começou como uma proposta de jogo feita por Leonardo Antonini no dia 8 de agosto e aos poucos está se tornando um ótimo levantamento para um verdadeiro atlas alternativo, que cobre praticamento todo o globo e passa pelos mais diferentes períodos históricos, do auge do Império Romano à queda do Império Soviético; da nossa última ditadura ao período dos Descobrimentos.

O objetivo é um jogador sugerir o nome de uma nação fictícia para que algum outro membro da comunidade ofereça uma breve explicação sobre como aquele país surgiu. Assim que faz isso, cada novo participante deixa um outro desafio para o seguinte. O resultado está ficando tão interessante que o conteúdo do tópico não ficaria mal se fosse editado em forma de um e-book.

Explicando o nome da comunidade e o do tópico: ucronia é uma expressão inspirada no termo utopia. Se este último significa, literalmente, "lugar algum", aquele é o "tempo algum," uma linha cronológica fictícia criada para justificar uma história alternativa, subgênero da ficção científica da qual minha noveleta também faz parte - entre tantos outros, como steampunk, pulp fiction, ficção alternativa, faroeste.

Desta forma, aproveitei a deixa do jogador Mushishi Ginko e no dia 9 de agosto dei uma explicação para sua proposta de um Grande Império do Paraguai do Sul que casa com o conceito de "Cidade Phantástica":

Não ocorre aquela que ficou conhecida em NLT [nossa linha temporal, ou seja, a história que conhecemos] como a Guerra do Paraguai. Ao invés disso, D. Pedro II e Carlos Lopes selam acordos que trazem benefícios mútuos aos dois países. O Brasil cede terras do Sul para o vizinho, que ganha com isso uma saída para o mar; o Paraguai torna-se o maior aliado do Império no continente. Solano acaba por desposar uma das filhas do brasileiro e é nomeado imperador.


Para o participante seguinte, deixei a sugestão de uma região que surgiu em outro conto meu, "Apagão no tempo", a URSA - União das Repúblicas Socialistas das Américas. Voltei ao tópico no dia 3 de outubro para tentar explicar a proposta do advogado, com formação em História, Roberval Barcellos: a República Parlamentarista Alemã do Volga. O que saiu foi:

Virada da década de 80 para a de 90 do século passado. Com o fim da União Soviética, várias pequenas repúblicas passam a reivindicar independência e lutam para se separar do antigo império comunista. Uma dessas localidades conta com o apoio explícito da recém-unificada Alemanha.

Trata-se dos descendentes dos cerca de 30 mil alemães que foram atraídos para viver na Rússia em 1763 pela imperatriz Catarina II. Incentivada e armada pelo chanceler Helmut Kohl, essa região de Saratov, próxima ao rio Volga, trava uma luta com a Rússia desmembrada e consegue, por fim, ser reconhecida como um entrave germânico no antigo território soviético.

Como contrapartida, coloquei em discussão não o nome de um país, mas logo de uma vez o de três continentes: Caesaria Borealis, Caesaria Centralis e Caesaria Australis. A ideia era repercutir uma sugestão que havia me ocorrido em outra comunidade, no ano de 2007, a de Ficção Alternativa, quando falei da hipótese de uma certa Cesária.

Mas este post é para chamar a atenção dos interessados neste fascinante mundo da História Alternativa. Mesmo quem não quiser participar do jogo, pode passar alguns momentos se divertindo com a especulação alheia, que não para. De verdade, enquanto redigia este post, surgiu o trigésimo-segundo país, o primeiro a se localizar fora do globo terrestre: Colônia da Nova Terra, localizada em Marte onde estranhas criaturas esperavam pelos colonizadores...

1.10.09

Torre de Vigia 5

O escritor José Roberto Vieira, que está produzindo o romance steamer Baronato de Shoah, colaborou com o site do Conselho Steampunk - Loja São Paulo dando dicas para quem pretender ingressar neste gênero literário. Em seu texto, Vieira fez referência tanto à coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário quanto à mesa redonda que lançou o livro e que foi assunto do post anterior. Vou reproduzir abaixo a parte final do artigo que pode ser lido na íntegra aqui.

Só muito recentemente os autores, desenhistas e artistas brasileiros começaram a influenciar nossos camaradas estrangeiros ( principalmente os “Deuses Americanos”, fazendo uma referência dupla a Gailman e a Palestra na Fantasticon sobre Steam). Nós finalmente provamos que nosso material de ficção é tão bom quanto o deles e que nossos desenhistas, escritores, poetas, músicos e afins são tão bons ou até melhores que eles.

Uma das primeiras referências Steam que temos aqui no Brasil é a coletânea da Tarja “Steampunk: histórias de um passado extraordinário”. Fica a í a dica, porque a partir dela você pode encontrar muitos outros autores brasileiros, de Steam ou não, que podem lhe servir de referência.

Fica aí a dica: não se prenda a rótulos, não se deixe vencer pelas dificuldades de escrever e escrever Steampunk. Nós, brasileiros temos tanta habilidade quanto qualquer estrangeiro, nossos personagens históricos são tão bizarros quanto os outros e nossa história é tão maluca quanto as outras.

O que nos limita, é só nossa própria imaginação