20.8.10

Torre de Vigia 30

O escritor Rober Pinheiro publicou uma das matérias mais completas já feitas sobre o movimento steampunk em nosso país. O mote foi o lançamento de Vaporpunk, que ocorrerá no próximo final de semana, mas também encontrou espaço para relembrar a coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário e para falar de vários outros livros e quadrinhos já agendados para saírem ainda em 2010, o Ano do Vapor. Com várias citações a este blog - as quais agradeço - o texto postado na revista on line Outra Coisa é obrigatório para quem deseja se manter atualizado a respeito do gênero no Brasil. Abaixo, vão apenas alguns trechos do artigo.

No Brasil, o universo steamer, embora recente, já conta com uma boa projeção e o grande impulso para sua expansão em terras tupiniquins se deu com a formação do Conselho Steampunk, em 2008. Com cerca de dois anos, o Conselho já tem Lojas (termo emprestado do conceito maçônico para unidade local – “Lodges”) em muitos estados do país, com uma considerável legião de admiradores e participantes.

Na literatura, o primeiro passo concreto dentro deste universo foi dado ano passado, com o lançamento do livro “Steampunk, Histórias de um passado Extraordinário”, antologia organizada por Gianpaolo Celli, que saiu pela Tarja Editorial. Reunindo um time de oito escritores, entre eles Cláudio Villa, Jacques Barcia, Romeu Martins, Flávio Medeiros, Fábio Fernandes, Alexandre Lancaster e Roberto de Sousa Causo, além do próprio Gianpaolo Celli, o livro primou pelo ineditismo de reunir autores nacionais que trabalharam, embora não exclusivamente, a estética steampunk. De contos mais universais, como “Uma Breve História da Maquinidade”, de Fábio Fernandes, “O Assalto ao Trem Pagador”, de Gianpaolo Celli e “Por Um Fio”, de Flavio Medeiros, passando por contos com temática mais nacional, como “A Flor do Estrume”, de Antonio Luiz M. C. Costa, “Cidade Phantástica”, de Romeu Martins e “O Plano de Robida: Une Voyage Extraordinaire”, de Roberto de Sousa Causo, o livro ainda abre espaço para uma interessante história que se volta para as HQs, (“A Música das Esferas”, de Alexandre Lancaster) e outra que põe um pé — se não os dois — no new weird (“Uma Vida Possível Atrás das Barricadas”, de Jacques Barcia). A antologia alcançou um relativo sucesso junto aos leitores daqui e de fora, recebendo comentários elogiosos até de Jeff VanderMeer, um dos papas mundiais do Steampunk.

Graças à bandeira levantada por esta coletânea, e por entusiastas do movimento como o escritor Romeu Martins, a literatura a vapor começou a despertar mais e mais interesse e no finalzinho de 2009 o escritor Bruno Accioly, um dos participantes mais ativos na divulgação deste gênero no Brasil cunhou, em um artigo sobre o movimento, o termo “O Ano do Vapor”, em referência às muitas novidades que surgiriam em 2010 relacionadas ao Steampunk.

Entre as boas novas, está a tão esperada publicação do livro “The Difference Engine” (A Máquina Diferencial, em tradução livre), do William Gibson e Bruce Sterling, pela editora Aleph, os livros “O Baronato de Shoah”, de José Roberto Vieira, que mistura à estética steam um tanto de dark fantasy (ou fantasia obscura, para aportuguesarmos a coisa) e “O Peregrino”, de Tibor Moricz, um west steampunk, o mangá Hansel & Gretel, de Douglas MCT e uma coletânea recentemente anunciada pela Editora Draco.
“Vaporpunk, Relatos steampunk publicados sob as ordens de Suas Majestades” reúne um novo time de autores que se debruçaram sobre esta temática, capitaneados pelos escritores-organizadores Gerson Lodi-Ribeiro e Luís Filipe Silva. Um brasileiro e o outro, português.

Aliás, se a Steampunk primou pelo ineditismo, a Vaporpunk prima por ser a primeira a reunir autores dos dois lados do Atlântico com contos movidos a vapor — e muita imaginação — também passados tanto lá como cá.

A coletânea, cujo lançamento foi anunciado para o 4º Fantasticon, simpósio de literatura fantástica que acontece de 27 a 29 de agosto na Biblioteca de Literatura Fantástica Viriato Correia, em São Paulo, traz oito noveletas onde disputas políticas, personagens famosos e armas engenhosas dão o tom da vez.

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