26.7.12

A novidade chegou

Avisei dias atrás que havia uma novidade a caminho e ela acaba de estrear (o que não quer dizer que não haja outras vindo por ai). O novíssimo site da HQCon, acaba de ir ao ar. E com ele, minha coluna que terá o nome de O Comendador, na qual pretendo falar um pouco sobre ficção científica, quadrinhos e afins. Um espaço que recebi dos organizadores do evento e da página, Diego Moreau, Ester Gewehr e José Mathias. Na primeira manifestação daquele espaço, destaco em primeira mão uma outra novidade (eu avisei): o prefácio que fiz para o livro Retrofuturismo: Compêndio do Comendador Romeu Martins sobre Variantes do Punk e suas Associações Inimagináveis.

Isso mesmo, para meu prazer e minha honra, virei subtítulo de uma coletânea que deve ter uma proposta inédita em escala mundial. Pela primeira vez um livro procura apresentar exemplos dos mais diversos retrofuturismos, não apenas do steampunk, dieselpunk e dos mais famosos. Uma ousada aposta editorial da Tarja, cujos editores Richard Diegues e Gian Celli me deram esse presente extra de batizar o livro com meu nome. Então, segue ao mesmo tempo o link e um trecho das duas novidades:



Punk. Esta palavra faz parte do vocabulário inglês desde os tempos de William Shakespeare (1564-1616), portanto há mais de meio milênio, na época em que o poeta e dramaturgo a utilizava para se referir a prostitutas. Já estava lá o sentido que o termo viria a ganhar com o passar dos séculos designando os tipos marginais, aqueles que desafiam a ordem estabelecida, a moral e o humor oficiais, o status quo, enfim.

 O termo entrou de vez para o contexto contracultural nos anos 70 do século XX, quando John Holmstrom e Legs McNeil lançaram um fanzine batizado com aquelas mesmas quatro letras acompanhadas de um ponto de exclamação, no qual eles passaram a radiografar um novo tipo de música e de comportamento assumido por jovens de vários cantos do mundo. Tão influente foi aquela revista de fãs para fãs que seu título serviu mesmo para denominar o Movimento Punk que ganhava as ruas de Nova Iorque, Inglaterra e outras partes do planeta. Brasil incluído. Eram os tempos de Ramones, Sex Pistols e Restos de Nada.

 Foi na década seguinte que a tal expressão invadiu a praia que mais nos interessa aqui, a da literatura fantástica, mais explicitamente, da ficção científica. O alcance do lema “do it yourself” em diversas vertentes artísticas, começando pela música, mas seguindo pelos quadrinhos, pelas artes plásticas, pelo cinema e afins, foi tamanho que os escritores não poderiam deixar de se influenciar e também dar continuidade àquela revolução em suas especialidades. Assim surgiu em meados dos 80 o cyberpunk, uma nova abordagem da velha FC, na qual não havia mais a crença no progresso desenfreado melhorando a vida de todos indiferentemente; o triunfo do american way of life alcançando todo o universo conhecido e além.

 Nada disso. High tech, low life era o novo mantra de uma geração de desencantados, capitaneada pelo canadense William Gibson e pelo texano Bruce Sterling, que oferecia a seus leitores uma ficção especulativa muito mais crítica que a vista até então, bem menos ingênua, na qual avanços tecnológicos não eram mais o suficiente para tirar a todos da pobreza e da marginalidade. Sim, de um William a outro, do bardo inglês do século XVI ao canadense do XX, a ênfase ao lado punk da vida continuava incólume com o uso daquela palavra que marcava antes de tudo um posicionamento crítico dos que fizeram parte de um novo Movimento, o Cyberpunk.

 Continua

4 comentários:

Bibs disse...

que felicidade!
parabéns Romeu!! mais que merecidas essas novidades :D
já estou ansiosa pelas próximas huahaua

ps: adoreeei o banner do Comendador! ficou lindo!

beijo,
Bibs

Romeu Martins disse...

Brigadão, Bib's! O logo foi criação do Zé Mathias, e me deu vontade de ver uma versão steampunk de Monopoly hehe

Cindy Dalfovo disse...

Cara, que notícia simplesmente sensacional! Adorei muito o livro com seu nome! Ainda bem que além de ser da área você tem um nome bacana, né?

Acho que não fariam isso se seu nome fosse Josicraldo Pereira, xD

Beeeijos!

Romeu Martins disse...

hahaha, e eu escapei de me chamar algo como Natalício por apenas quatro dias (sou de 29 de dezembro) ;-)