17.10.12

Sociedade underground

A resenha a seguir foi enviada pelo colaborador Pedro Dobbin, do Rio de Janeiro.

Autora: Cherie Priest
Tradutor: Fabio Fernandes
Ano: 2012
 Páginas: 416
 Editora: Underworld

 Cherie Priest é consagrada autora norte-americana que criou o Clockwork Century Universe, do qual Boneshaker é o primeiro da série e que temos a oportunidade de ver na excelente tradução de Fabio Fernandes. Podemos ver mais sobre esse universo, em inglês em http://theclockworkcentury.com/

 A capa do livro é idêntica à original e chama a atenção por si própria. A diagramação, o trabalho gráfico e a revisão estão excelentes. É o primeiro livro da Editora Underworld que leio, mas confesso que fiquei bastante impressionado com o cuidado e profissionalismo. Podemos esperar ótimas edições, em especial dos projetos Steampunk desta editora.

 A história faz juz ao gênero Steampunk, todos os elementos estão lá presentes. Numa Seattle da segunda metade do século XIX, durante a Guerra Civil americana, a corrida do ouro fez com que um inventor, Leviticus Blue, criasse a incrível máquina perfuratriz Boneshaker. Durante o que poderia ter sido um teste, ou mesmo uma ação calculada, essa máquina irrompe do porão de sua casa e inicia uma caminhada subterrânea e mortal, retornando à casa depois de deixar um rastro de destruição no centro da cidade. Além disso, por um incrível azar a máquina atinge um veio de gás que acabou por mostrar-se mortífero e, o que é pior, tornando zumbis os afetados por ela.

 Uma muralha imensa é construída para conter o gás e isolar os zumbis. Toda uma sociedade underground acaba por constituir-se lá dentro. A história propriamente dita começa 16 anos depois da catástrofe, quando a viúva Blue (esposa do cientista citado acima) é obrigada a entrar na parte isolada da cidade em busca do seu filho.

 A história é muito bem contada, com ação de tirar o fôlego, principalmente nos momentos finais, e embora os personagens, à exceção da viúva Blue, pudessem ser mais desenvolvidos, é rica de pormenores e aqueles que, como eu, adoram a temática Steampunk, com seus aparelhos tecnológicos (dirigíveis, braços mecânicos, etc.) e sua estética, ficarão bastante satisfeitos e ansiosos pela publicação dos outros títulos do universo criado por Cherie Priest.


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